MAIS UM POEMA A OLHAR PARA UM SÉRIO PROBLEMA.
Deseja sem conseguir
Ter menos necessidade,
Sentindo cheiro a fartura.
Sabendo que no porvir
Uma negra claridade
Faz sua sina mais dura.
Deita os olhos para o céu
E contempla o firmamento,
Todo cheio de vazio.
As lágrimas são um véu,
Os suspiros o tormento,
A vida é um arrepio.
Sim, o pobre sem abrigo,
Passando as longas noites
Numa enxerga deitado.
“Para que é tanto castigo,
Receber muitos açoites,
Pontapés de todo o lado!?”
Só tem por compensação,
Quando deixar este mundo,
Se livrar da crueldade,
E dentro do seu caixão,
Dormir um sono profundo,
Voar prá Eternidade.
Lurdes Martins