Abertura oficial do Ano Académico da Unisseixal

Aconteceu nesta quarta-feira, dia 14 de Novembro, no Fórum Seixal. Mais uma vez, o salão encheu-se, engalanado pela juventude desta terceira idade que teima em viver bem, com qualidade de vida, continuando a aprender e a conviver.

Estiveram na mesa da presidência destacadas figuras do nosso quotidiano escolar, que falaram das muitas realidades e preocupações da Unisseixal, a maior valência da Casa do Educador.

O Reitor, Dr. Pinto da Costa, alegrou-se com os números presentes desta Universidade: 765 alunos (alguns estrangeiros), 91 professores, 103 disciplinas e 116 turmas. Referiu ainda que a Unisseixal tem sido a resposta a uma necessidade de vida dos seniores, graças à competência de dirigentes e professores e à disponibilidade de muitos espaços para as nossas actividades, mormente o Centro Cultural e Desportivo das Paivas, que acolhe muitas turmas. Problemas? Sim, por exemplo, os alunos mais envelhecidos a exigir espaços mais adequados e melhores transportes. Espera resposta da Câmara à promessa de nos ceder novo espaço, pois é uma aposta na saúde e bem-estar dos munícipes.

O Prof. Tomás Bento, Presidente da Casa do Educador, responsável por esta instituição, reconheceu que a Unisseixal se identifica com a esperança na qualidade de vida dos seus utentes, gratos pela mudança operada nas suas vidas. Este serviço cultural, social e cívico, sem qualquer publicidade, deve-se à dedicação e competência de muita gente e ganhou prestígio, podendo, com espaços mais adequados, servir melhor os 27.000 aposentados do concelho.

Seguiu-se o Dr. António Santos, Presidente da União de freguesias de Seixal, Arrentela e Paio Pires, que, nas saudações iniciais, destacou o Dr. Carlos Ribeiro, presente no meio de nós como professor e senador desde o início há 12 anos, ele que tem mais de 90 primaveras! Referiu ainda que, como autarca, foi um dos que acompanhou este projecto desde o seu início titubeante até ao momento esplendoroso de agora. Podem contar com o apoio dos autarcas, disse; e terminou: “A vida é bela e única, vamos vivê-la plenamente!”

A Vice-reitora, Prof.ª Mariana Mareco, ia intervindo para referir as muitas palavras não de agradecimento, mas de reconhecimento ouvidas na sessão, acrescentando factos: três alunas, que não renovaram a carta de condução, vieram despedir-se agradecidas pelos anos que ali passaram. Realmente, há mais a melhorar…

Finalizou esta primeira parte a Vereadora da Educação, Dr.ª Manuela Calado, que falou do Seixal como concelho reconhecido na área da educação. Disse que a Unisseixal tem feito muito pela melhoria da qualidade de vida dos seniores com a partilha de conhecimentos e de experiências, com o lazer, convívio e promoção da saúde. A Câmara apoia desde o início. E agora «já encontrámos o espaço!», a tal promessa do ano passado.

Foi, decerto, a melhor palavra desta tarde!

Oração de Sapiência

Proferida pelo Prof. Dr. Christopher Auretta, da Universidade Nova, com o título “O desumano, o inumano e o humano na sociedade atual”, esta palestra foi o ponto alto da tarde. É caso para dizer o quanto perderam as pessoas que lá não estavam!

Estrangeiro enamorado pela nossa cultura e pelos nossos escritores, desde Fernando Pessoa a António Gedeão e outros, falou do homem como um processo em construção. Não somos pedra, que nasce e morre pedra! Somos inacabados. E, recorrendo ao poema “Tabacaria” (Álvaro de Campos), gritou também:

«Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada…»

Somos nada, mas do tamanho do infinito. “Caminhamos para a plena humanização”. Como? O desumano e o inumano pegam no bom e no mau, no carrasco e na vítima e destroem tudo. Nós temos outro caminho: o vosso exemplo de solidariedade (não concorrência, não competição) leva a outra humanidade em que se pratica o amor oblativo, em que somos transformados pelo amor. “E o mundo precisa de ser amado, pois está muito chagado”.

Conclusão: esta é a grande mensagem: «Só temos o que damos»!

A terceira parte da sessão foi preenchida musicalmente pelo conjunto Kotas Dand, que nos fez lembrar, entre outras, as canções da nossa juventude, anos 60 /70. Uma rica tarde!

AH

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