ALZHEIMER

Capítulo I

A doença do Alzheimer tem comportamentos comuns com a doença de arteriosclerose, no caminho da demência. Registe-se: o Alzheimer é uma doença inscrita nas patologias da demência e, é percebida como sendo aquela que configura uma maior agressividade patológica. Não se apresenta com uma sintomatologia regular, é incurável, embora algumas das terapêuticas atuais possam atrasar ou mesmo regredir a sua progressão transitória, influenciando as capacidades do paciente a nível do cérebro. Os pacientes vão apresentando cada vez maior dependência, em relação aos seus cuidadores.

É uma doença cuja origem é desconhecida. Foi identificada pela primeira vez por um médico alemão, em 1907, de nome Alzheimer, donde provém o nome desta doença. É uma patologia, tendenciosamente, mais comum nas pessoas de idades mais avançadas, acima dos 65 anos, podendo no entanto, também atingir as camadas jovens.

A ciência preocupa-se, já há muito tempo, em descobrir as causas desta doença, contudo, os progressos nessa área, não têm sido os desejados.

São conhecidos alguns fatores de risco, que potenciam o surgimento da doença, como traumatismos cranianos e hereditariedade, mas isso, não quer dizer que os traumatizados e os filhos de pais doentes, venham a ser também eles doentes.

Esta doença desenvolve-se por três etapas, se bem que, as balizas não apresentem uma forma rígida, interpenetram-se:  fase inicial ou leve, fase intermédia e fase avançada (terminal).

Na etapa inicial, o paciente manifesta comportamentos estranhos de personalidade, pratica atos, alternadamente, normais e incompreensíveis.

Começa por ser acometida por momentos de esquecimento, falhas de memória e gestos desarticulados. O seu estado de espírito vai-se degradando, em função da afetação dos neurónios, o cérebro não corresponde a atitudes consideradas normais, pelo que os observadores ou cuidadores têm grandes dificuldades em os compreender.

Gradualmente, pela naturalidade das etapas temporais, a patologia de Alzheimer vai acentuando a sua decadência, agravando os movimentos e as reações e o conhecimento do sentido da vida.

Surgem as primeiras noções de desconhecimento do meio em que vivem e com a perda de memória esquecem as recordações vividas e mostram apatia por todas as solicitações, pelas quais, os cuidadores se esforçam para lhas recordar. Entram em pânico, quando têm de enfrentar novas situações, julgam-se perdidas e com receio que estejam envolvidas em moldes de perseguição.

Perdem progressivamente a sua autonomia e deixam de fazer as suas necessidades básicas, como a higiene, vestir-se, recusam o vestuário, deixam de se alimentar por si próprias, tem necessidade de usar fraldas, tem momentos de agressividade e teimosamente não aceitam conselhos.

A caraterística da doença numa frase avançada, consoante, os seus défices profundos da memória, deixam de conhecer os rostos familiares, têm grandes queixas de esquecimento, nomeadamente, perdas ou furtos de objetos de valor, como fruto da sua imaginação, destituídas de qualquer realidade.

Perdem a noção do local onde se encontram, precisam de uma vigília constante, olhares atentos a guiar estas pessoas, o acesso à rua será limitado, porque facilmente saem de casa, e não tendo a mínima noção do local onde se encontram, vêem-se perdidas e não conseguem regressar. Há imensos casos de pessoas desaparecidas, e os seus familiares, amargamente, vivem o pânico e a dor, lutando para as encontrar.

Em casa ligam o fogão e não o apagam, deixando espalhar o gás por toda a casa, deixando as torneiras abertas, causando as consequentes inundações, enfim, vivem constantemente em perigo e colocam quem está perto na mesma situação.

O cérebro destas pessoas, com as suas perturbações mentais e gradualmente em decadência, poder-se-á dizer, que, se trata duma patologia de demência.

Do mesmo modo, à medida que o tempo vai passando, também a mobilidade vai entrar num processo de decadência, e acabam por necessitar de uma cadeira de rodas e, por fim, ficarem acamados.

Um comentário em “ALZHEIMER”

  1. Gostei do texto sobre a patologia do Alzheimer; sem pretender entrar na dimensão científica da génese da doença, contudo, toca pontos essenciais que ajudam a compreender o quanto é difícil lidar com pacientes, que sofrem desta patologia.

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