Alzheimer

II Capítulo

É muito difícil para os cuidadores, tratarem pacientes com esta patologia- Alzheimer. Esta doença acaba por configurar uma situação muito problemática, para o paciente e cuidadores. Há uma insegurança e receios, porque o cuidador mesmo com a melhor das intenções, a melhor técnica colocada ao serviço do doente, muitas vezes, não encontra a melhor das respostas, sentindo um sentimento de frustração. A rejeição e até algumas vezes manifestações de comportamentos menos agradáveis, podem ter, consequências menos positivas nos cuidadores informais.

 A difícil abordagem destes cuidadores, junto destes pacientes, pode causar-lhes estados de verdadeiro desconforto, stress, fadiga física e intelectual.

Mas há pequenas formas de exercer os cuidados, que têm um efeito benéfico na relação cuidador/ paciente, como falar-lhe calmamente, manter um contacto visual afirmativo e consistente, evitar fazer-lhe referências a situações e recordações desconfortáveis, criar interação fazendo uso de frases positivas e nunca, por nunca, gerar uma discussão.

 Há outros recursos que podem ser utilizados, como a comunicação e a musicoterapia que são estimulantes de relaxamento e bem-estar. A comunicação pode abrir portas e ser relevante na recriação de imagens de situações agradáveis, vividas em tempos passados. Mesmo que o paciente não consiga participar verbalmente, pode sentir-se envolvido nas conversas e retirar daí momentos de prazer.

Em Portugal existem várias instituições dotadas com equipas de profissionais, para aconselhamento e apoio dos cuidadores.

Não existe uma medicina profilática que evite esta doença, contudo, há atitudes que podem ser tomadas, que podem retardar o surgimento e desenvolvimento patológico, mas nunca, evitarão a instalação da doença. Essas medidas são, entre outras: atividades que estimulem o cérebro, ler e escrever, prática de exercícios físicos, que são entendidas como muito positivas para atrasar o seu aparecimento, mas não são, cem por cento eficazes.

III Capítulo

Em termos farmacológicos, também há medicamentos, e alguns deles naturais, que permitem desacelerar os sintomas cognitivos da demência, (Alzheimer)mas sem capacidades curativas. Obviamente, devem ser aplicados sob prescrição médica, porque não se conhecem medicamentos inócuos. Sabe-se também, que a terapêutica colinérgica facilita a comunicação entre as células nervosas, indiscutivelmente, benéfica para a doença.

O objetivo dessa terapêutica é melhorar a capacidade de pensar, estimular um pouco a memória, melhorar a prestação no exercício das atividades diárias e também melhorar os sintomas comportamentais e psicológicos. Porém, esses benefícios são transitórios, causam efeitos residuais por pouco tempo.

É de conhecimento generalizado, que associado à doença podem surgir estados depressivos, de ansiedade, insónias, alucinações, ideias persecutórias, que, como já foi constatado, também esses sintomas são geralmente percebidos em todas as doenças mentais.

Os tratamentos indicados para doenças mentais pertencem ao grupo dos psicofármacos, na sua variante: neurolépticos e alucinógenos.

A demência é um conjunto heterogéneo de doenças, sem sinais e sintomas, com causas distintas, obviamente, também comum à doença de Alzheimer. Ambas são irreversíveis e degenerativas e provocam um défice cognitivo global.

Ao longo da passagem do tempo, essa patologia, como já foi referido, vai provocando disfuncionalidades progressivas no cérebro, causando a morte das células cerebrais (neurónios). Estas lesões, em geral, raramente são recuperáveis.

As alterações neurológicas relacionadas com a doença, iniciam-se, anos antes, das manifestações dos primeiros sintomas.

Apesar dos grandes avanços científicos, no domínio da doença do Alzheimer, a sua profilaxia e tratamentos eficazes, ainda, estarão num horizonte muito longínquo, estando as sociedades disponíveis para a perceber e conviver com ela.

Rosa Fernandes