A Mulher

Dia 8 de Março é o dia consagrado à mulher. Nesse dia, todas as redes de comunicação social a enaltecem, reconhecendo a injustiça a que sempre estiveram associadas e a culpabilizar a sociedade, por lhes ter permitido carregar nos ombros fardo tão pesado, como a discriminação e desigualdade, em relação aos homens.

Nesse mesmo dia, os canais de televisão e da rádio não se calam em dar testemunhos da existência de histórias de vida de mulheres, altamente inconcebíveis. Algumas destas histórias tornaram-se lições, em ensinar como foram capazes de ajudar a moldar o mundo, mostrando resiliência, grandes capacidades e iluminando a vida de muita gente.

Também dão relevo ao racismo na sua forma mais subtil ou mesmo indisfarçada, xenofobia, trazendo a lume casos e situações inaceitáveis em sociedades pós-modernas e supostamente orientadas por pressupostos morais, mas que ferem e magoam a sensibilidade de todo o mundo.

Na realidade, sendo todos nós seres humanos, criados à semelhança e imagem de Deus, porque será admissível a diferenciação de género, com um peso negativo imputado à mulher?

No que diz respeito às capacidades de género, não há um melhor nem pior que o outro, portanto, não há desculpa para qualquer tipo de discriminação, e muito menos admissível a existência de um sexo “forte”, por tradição atribuído ao homem.

Noutros tempos e por muitos séculos, acreditava-se e perpetuou-se a figura do mito de o homem ser um ser superior em relação à mulher e consequentemente, era menosprezada. Na realidade, era uma perceção inteiramente falsa e irreal. Eram injustamente desvalorizados os talentos das mulheres. Compreendia-se então que vigorava o dom da masculinidade, enquanto a mulher se limitava a viver em escravatura e servidão.

Inscritos na evolução dos tempos, homem e mulher assumiram formas comportamentais e de mentalidade desprendidas e à margem de ideias que rotulavam os seres humanos de forma discriminatória. Essas ideias, porém, não foram totalmente abolidas, porque ainda hoje, se continua a vitimizar as mulheres, sendo sempre olhadas e colocadas num patamar de nível inferior.

A mulher não tinha o direito de manifestar a sua insatisfação porque, à partida, as suas opiniões não eram aceites, entendiam-se como não emprestando qualquer valor a uma decisão importante.

Nos tempos correntes, e por deformação, ainda se nota uma grande diferenciação entre homem e mulher, nomeadamente a nível salarial e noutros aspetos sociais. Também ainda não lhe são atribuídos cargos de alta administração, salvo raras exceções, perdendo-se um potencial de ideias de grande alcance.

No entanto, as mulheres foram sempre dotadas de saber, tornando-se guerreiras e sabendo lutar pelo reconhecimento dos seus valores.

Cansadas de um sentimento submisso e humilde, ao longo de sempre, foram travando batalhas libertadoras, sustentadas pela revolta da sua insatisfação, tendo conseguido algumas ações vitoriosas.

Lamentavelmente, ainda hoje podem ser referenciados maridos que escravizam as mulheres, mesmo vivendo em plena servidão e sujeitas totalmente à obediência das suas ordens. Mesmo assim, em humildade e servidão, não têm compaixão nem o mínimo reconhecimento dos seus valores.

Antigamente, as mulheres, já nasciam configuradas com o destino de cuidar do marido, desempenhar com denodo o serviço da casa e a sua entrega total na educação dos filhos, sem qualquer apoio nem ajuda. Mesmo assim e resumidamente, os maridos não lhes davam qualquer respeito nem a mínima consideração.

Com a passagem do tempo, a mentalidade coletiva, social, foi-se transformando de forma positiva em relação às mulheres.

É de reconhecer que a personalidade da mulher tem caraterísticas que a definem como determinada pessoa, sobre a sua forma de ser, os seus gestos e o seu caráter. Nalgumas civilizações, sobretudo as ocidentais, as faculdades do homem e da mulher, são reconhecidas mutuamente com comparação equitativa.

A mulher é um ser muito forte, decidida, consciente das suas capacidades e do seu valor, guerreira, encara o mundo sem medo, poderosa e a saber lutar para conseguir a concretização dos seus objetivos. Ela adquiriu e manteve o orgulho de ser mulher, revestiu-se de heroína e tomou nas suas mãos o perfil do seu destino.

Consegue levantar-se das suas quedas, mantendo o seu ideal de esperança no coração e um olhar brilhante a enxergar uma vida com alegria.

Como ser inteligente, integrada na sociedade, revela convicções bastante válidas e muito valorizadas. Por vezes, o homem, perante as suas decisões fica atónito e maravilhado reconhecendo a mulher como um ser sapiente.

Alem de possuir um espírito forte, é muito enérgica e dinâmica capaz de remover montanhas, tornando-se mulheres especiais que abraçam o mundo com garra. Idealizam os seus objetivos, não sossegam sem os cumprir e nada no mundo as desvia das suas ideias que considera como firmes e seguras. São consideradas mulheres poderosas que podem focar a sua atenção em múltiplas tarefas.

Registe-se que, hoje em dia, a mulher exerce cargos que outrora apenas eram exercidos por homens. Tornou-se muito vulgar as mulheres candidatarem-se a escolas militares: exército, marinha, força aérea, G N R, desempenhando as suas funções, ao lado dos homens, com igual eficácia. Não se poupam a esforços, para atingir os fins que a missão lhes exige.

As que prestam serviço na Marinha fazem as suas comissões no mar, ausentando-se por longos períodos das famílias, (maridos e filhos) exercendo a sua profissão assumindo todas as responsabilidades. Lançam-se à luta sem olhar as consequências, resolutas e de personalidade consistente.

Há também equipas femininas de futebol a lutarem empenhadamente nos relvados pela vitória do seu clube. Também noutras modalidades de atletismo se destacam verdadeiras atletas batendo recordes atrás de recordes, com elevado mérito e conquista de auspiciosas classificações. Poucas décadas atrás, era impensável e inadmissível estes exercícios, por estarem apenas reservados a homens.

As mulheres nunca se acomodam e acompanham a evolução dos tempos.

Seja como for, a mulher é sempre admirada pela sua condição feminina, é um dom que a preza, e que habita nela ao lado das capacidades desenvolvidas e focadas para árduas tarefas. É um dom que sendo próprio da sua natureza, dá-lhe beleza e encanto, tornando-a extremamente delicada.

A mulher é sempre dócil, o seu coração é puro e de infinita nobreza, os seus gestos são ricos em magia e as suas palavras são melodicamente ricas.

Não é por acaso, que a natureza lhe deu o privilégio da maternidade, porque está patente no seu ser muito amor e ternura para dar. Ser mãe é uma grande dádiva de Deus.

A mãe cuida dos seus filhos, como ninguém sabe cuidar, tem um talento diferente e uma sensibilidade impressionante.

Quanto à sua maneira de ser, quantas vezes ri com vontade de chorar, quantas vezes se mostra alegre mesmo magoada, revela sempre um espírito meigo e sempre a oferecer amor. Atrai com magia e admiração não passando despercebida perante os olhares do seu próximo. Em sociedade, cria um convívio agradável, o ambiente fica mais colorido, revela-se risonho, a sua voz é cantante e assume uma postura que só ela sabe possuir.

Concluiu-se que as mulheres são exímias no seu trabalho e na sociedade, não se justificando qualquer tipo de discriminação em relação ao homem. Porque ainda são assinaladas diferenciações salariais? Não será injusto? A nossa sociedade não reagirá de forma imperdoável?

Homens e mulheres têm natureza diferente. Há uma grande variedade de traços pessoais que lhe conferem características diferentes e os distinguem em tomadas de decisão de grande impacto.

 A mulher em geral opta por uma forma de vida sem sobressaltos, em harmonia familiar e social. Este comportamento permite-lhe usufruir duma vida relaxante, presta mais atenção a pequenos pormenores que são contributos válidos para uma vida melhor e mais feliz.

Resta-lhe tempo para exercícios desportivos, leituras, escritas, viagens e uma infinidade de diversões, fechando todas as portas a situações de stresse.

A conjuntura social encarregou-se de solicitar o homem para ajudar a mulher nas tarefas domésticas. Vulgarmente se ouve dizer o seguinte:

– O meu marido é muito bom, que até me ajuda nas lides caseiras!

Essa obrigação é fruto do progresso e duma nova leitura da realidade atual.

Em jeito de conclusão, o homem e a mulher completam-se e quer o destino que não podem viver um sem o outro.

Rosa Fernandes

3 comentários em “A Mulher”

  1. Gosto deste trabalho, pelo grito incontido na defesa dos direitos da MULHER, reconhecidos pela Lei Natural, mas, lançados na onda do esquecimento pelos decisores políticos. Acho inconcebível certos pronúncios, de altos responsáveis, que se pensam defensores dos direitos das mulheres, mas, estabelecem COTAS !!! Neste ato, está patente a mais vil discriminação !!! Obrigado professora Rosinha, pela ousadia de trazer para a ordem do dia um tema tão pertinente.

    1. Este homem sempre oportuno e atento a estes textos. Obrigado e parabéns.
      A verdade e o direito, mesmo claros como água, não estão à mão de semear. É preciso encontrar todas as condições que modelam a nossa vida.
      Hoje, é claro o direito de igualdade entre homem e mulher. Aplicar a verdade é mais difícil… Estou a pensar na tripla negação de Pedro, que era o mais reto dos homens e, mesmo assim, caiu.
      São os mistérios da vida.

  2. Dizer mais não vale a pena pois no texto está tudo dito.
    A nossa colega escreveu e muito bem e com muito sentimento
    e aborda um conflitro que ainda hoje e infelismente existe
    em muitos lares.
    Parabéns pois á colega Rosa Fernandes por este testemunho

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