O NATAL NA MINHA VISÃO

Lembro-me de quando era menino e a noite do Natal se aproximava, lá em casa. Era uma euforia, pois nós estávamos sempre a fazer projetos que as posses dos nossos pais não comportavam.
No entanto, era a altura do sonho e qualquer coisa que caísse no sapato já era uma alegria.
Passados que foram esses tempos e depois de viver fora do país muitos anos e sem família ainda constituída, o evento em si, e até hoje, tem vindo a declinar ao ponto de que para mim pouco ou nenhum significado tem.
Senão vejamos: O que é hoje o Natal? Aquele Menino Jesus que nasceu, pouco ou nada dele se fala, mas sim do Pai Natal, da árvore e de todo o consumismo que isso representa. As pessoas andam eufóricas a comprar tudo e mais alguma coisa e, muitas delas, a endividarem-se sem poderem, mas a quadra leva a que elas o façam como se fosse uma obrigação, para se envaidecerem e, por outro lado, como estamos na época das novas tecnologias e os meninos pediram ao pai Natal isto ou aquilo, lá lhe vão fazendo a vontade e às vezes a que preço?
Outra das coisas que me choca profundamente é o problema dos sem-abrigo, pois, ao que parece, só existem nesta quadra. Então, é ver toda a gente, altos dignitários a mostrarem-se junto a eles, a promoverem almoços de solidariedade, festas e distribuição de várias coisas, e, quando acaba o Natal, já não há os sem-abrigo e isto para mim é utopia.
Tenho muita simpatia pelos voluntários e pelas organizações que os acompanham todo o ano, pois, isso sim, é um trabalho dignificante; e eu o sei, pois também o faço no nosso concelho. Se com este meu desabafo ofendi alguém, as minhas desculpas, mas esta é a minha opinião.

Alberto Cipriano Ferreira

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