Mais uma vez aparece a Maria Victoria neste blogue com a sua arte poética.
Agora, com dois sextetos e dois tercetos, conta uma história: a da folha que nasce, cresce e morre, num abandono total.
Pelo menos, merece a atenção da poetisa, com rimas adequadas e um ritmo de enlevo, em que ainda se nota uma imensa personificação do princípio ao fim. Gostei muito.
António Henriques
Folha caída no chão,
mostrando desilusão
numa morte prematura
açoitada pelo vento,
pela chuva, pelo tempo,
resistindo com bravura.
Folha que foste rainha
Nos teus tempos de menina,
Protegendo quem passava
Quer da chuva quer do vento,
Do sol ou outro momento
Em que a vida magoava.
Eis agora o que sobrou,
Dum reinado que acabou,
Porque foste destronada.
Ficas caída no chão
Porque a quem deste a mão
Já não se lembra de nada…
Maria Victoria Rodrigues Miguel