Faz hoje 50 anos (1969) que foi enviado o primeiro email. Que coisa maravilhosa! Tinha eu já 30 anos, era professor sem grandes ferramentas, para além dum quadro com giz e apagador na sala. Comunicar com os alunos? Só em presença ou enviando um recado por algum vizinho, até porque o telefone também era ainda um objeto raro nas nossas casas.
A minha incursão por este “admirável mundo novo” começou apenas quinze anos depois, nos meados da década de 80, quando a escola Paulo da Gama, na Amora, se abriu à inovação e aderiu ao projeto Minerva, com o qual pude iniciar a minha formação, trabalhando com um grupo de alunos no jornal escolar, já com paginação digital, muito diferente da tesoura e cola com que fizemos os primeiros jornais.
A rede telefónica já era uma aquisição memorável. Mas esta outra rede, com um suporte digital (o primeiro servidor foi a ARPA (Advanced Research Projects Agency), agência financiada pelo governo norte-americano), é que veio modificar por completo as nossas facilidades de comunicação, criando as redes sociais.
E o primeiro email foram apenas duas letras – LO – já que a rede caiu a meio e não conseguiu transmitir a palavra completa – LOGING. Citando o inventor, sr. Kleinrock, “Ficou claro que (o email) chegaria a cada casa, mas na época não pude ver, nem eu nem ninguém, a parte poderosa da comunidade [redes sociais] e o seu impacto em cada aspeto da sociedade. Só quando o correio eletrónico inundou a rede em 1972 é que percebi o poder que a Internet teria em permitir a interação entre as pessoas”. (in DN)
Com mais de três mil milhões de emails, vejam como o nosso planeta está ligado e dependente da tecnologia…
Foi em 1976 que a rainha da Inglaterra enviou o seu primeiro email, agora já com o @ (arroba – at em inglês), separando o remetente do domínio do servidor (responsável pela emissão). Mas dois anos depois, surgiu o primeiro spam, uma mensagem enviada para muitos destinatários sem a permissão deles. Hoje, 70% dos emails são spam, vejam a praga que por aí vai. São publicidade ou são vírus a infetar os nossos computadores. E mesmo com filtros, somos enredados nesta teia.
E como o mundo não para, hoje a juventude já anda mais ligada a outras ferramentas, ainda mais práticas e desenvolvidas que o email, como o Messenger, o Skype, o Twitter, o Facebook, o Instagram, o WhatsApp e mais, onde a palavra, o som e a imagem surgem na palma da mão.
Termino com as palavras de Kleinrock: a internet tem muitos buracos, mas “olhar para ela como um todo, é uma coisa maravilhosa.”
António Henriques
O PRIMEIRO EMAIL
Acerca deste artigo, que o nosso mestre e Prof. António Henriques publicou no
blogue da Oficina de Português da Unisseixal, a enaltecer as redes sociais e a importância que elas têm no mundo actual e, ver as dificuldades que os nossos Profs. passaram naquela época,
bem hajam por terem passado por um período tão difícil e por terem levado a bom porto os vossos ensinamentos mesmo passando por todas as dificuldades.
No entanto, e a titulo pessoal, eu quero dizer que na presente conjetura este admirável mundo novo das novas tecnologias também tem os seus malefícios.
Na minha opinião, está -se a abusar do uso que se está a fazer dela.
Hoje, observamos nos transportes, nos cafés e noutros sítios , as pessoas não conversam e estão constantemente ligadas aos seus brinquedos o que é preocupante e viciante.
Eu, pessoalmente, obrigo-me a ter um certo limite para consultar o meu portátil e preocupa-me imenso que certos jovens e adultos estejam viciados nas redes sociais ao ponto (e eu sei ) de necessitarem de apoio Psicológico e por vezes Psiquiátrico. Daí a minha guerra com os meus netos.
Termino fazendo um apelo para que se use as redes sociais com moderação.
Alberto Cipriano Ferreira