SILEPSE – fugir às regras?

Já se disse que as concordâncias têm muito que se lhes diga.

Um dos casos a olhar com atenção é a SILEPSE.

A silepse é um recurso da escrita em que a concordância não se faz de acordo com os termos da frase (sujeito – predicado), mas com a ideia que se quer passar, dando importância a uma palavra escondida.

Podemos observar três casos de silepse:

1 – Silepse de pessoa: “Nos anos 60, os portugueses vivíamos mais da agricultura”.

Sujeito oculto – nós. 

Queríamos dizer: “Nós, os portugueses, vivíamos mais da agricultura”.

2 – Silepse de género: “Vossa excelência está cansado da viagem?”.   

Nome oculto: O Senhor

Queria-se dizer: “O Sr. está cansado da viagem?”

3 – Silepse de número: “A turma não se entendia. Gritavam uns com os outros”.

Sujeito oculto na 2.ª oração: os alunos.

Queríamos distinguir entre o sujeito da primeira e o da segunda oração. Esta ficaria: “Os alunos gritavam uns com os outros”.

NOTA: sobre concordâncias, muito fica por dizer! 

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