Então, o que é que eu encontrei que me revoltou bastante como cidadão e ser humano? Aquelas pessoas, dois adultos e seis crianças, mais o sinistrado que ainda se encontrava internado no Hospital, viviam num autêntico curral de animais inserido na cavidade, um pouco profunda, duma rocha que era apenas uma ribanceira dum morro situada nas traseiras dessa gruta. Incrédulo, impossível seres humanos viverem assim!!! Aproximei-me da vedação feita em madeira, que dividia o espaço deles e a azinhaga, chamando pela mãe do Fernando, aliás, não foi preciso grande espera, porque os rapazes já a tinham chamado e ao pai também. O espaço que antecedia a entrada na gruta era um “redil” ocupado por animais, porcos, patos e galinhas, onde se espojavam num autêntico lamaçal. Só visto e eu, por tantos e tantos sítios que já tinha visitado nesta minha função, nunca, mesmo nunca, me surgira uma miséria destas. (p. 85)