Duvidei um pouco se devia falar da nossa ida a Compostela. É um assunto muito pessoal e as pessoas podem interpretar mal... Mas sempre me resolvi, especialmente para aqueles que gostam de viagens, da beleza da arte, da proximidade com o mundo antigo que a nós chegou, ou ainda por razões de fé… Vaidade, não, nada disso me move!
Integrados numa daquelas viagens baratas que nos chegam por correio ou por telefone, lá fomos nós cumprir um desejo profundo que tínhamos, neste ano de jubileu, de visitar o túmulo de Santiago. Era também uma maneira de nos sentirmos próximos daqueles que fazem grandes sacrifícios em longas peregrinações para ir até Compostela. Familiares nossos já fizeram o “Camiño de Santiago” a partir de França, acompanhados por amigos que não primam em convicções religiosas, o que mais nos faz pensar porque tanta gente obedece a esta tradição…
Pronto, fomos… E não obstante o sacrifício de entrar no autocarro às 4,35h da manhã e às 7,30h estarmos ainda a sair de Lisboa, a verdade é que às 2h da tarde já almoçávamos na Galiza. Segundo o roteiro, iríamos a Santiago de Compostela no domingo à tarde.
Ir em grupo, com horas marcadas, tem as suas exigências. As entradas agora não se fazem pela escadaria principal. Apenas nos quedamos a admirar aquela frontaria maravilhosa, em que a pedra e o ferro forjado ali estão em louvor e em honra de uma devoção centenária que muitos peregrinos anelam ver e tocar após dias e dias de caminhada. Pessoalmente, estar irmanado a esta tradição faz-me bem à alma…
Fazemos agora duas entradas na Catedral:
- Uma pelas traseiras para entrar na porta santa, que se abre apenas nos anos de Jubileu (quando o 25/07, dia de Santiago, calha ao domingo). Ali, olhamos de perto para a imagem de Santiago e passamos junto do túmulo em prata do mesmo Santo.
- A outra entrada é por uma porta lateral, aí sim para passarmos pelo transepto e olharmos de perto para a capela-mor e para o altar.
Mas vocês estão a imaginar como é estar em fila agarrado ao vizinho da frente que não queremos perder e empurrado pelo de trás que também quer cumprir todos os passos da devoção.
De qualquer modo, sentimo-nos enlevados neste ambiente religioso, caminhando e rezando “Santiago, rogai por nós”… Não abraçamos a imagem do Santo por ordem da pandemia, apenas paramos por poucos minutos, tiramos umas fotos e ala que se faz tarde… E sempre em espaços com enchente, que eu creio por motivos de fé.
Confesso que esta Catedral, que foi toda limpa por dentro e por fora, está mesmo espetacular. Eu nunca tinha visto tanto brilho nas pedras coloridas das colunas, nas imagens dos anjos, na rica talha dourada ou ainda na prata reluzente do altar. Até o bota-fumeiro brilha mais(!!!). Também me chamou a atenção o órgão, como nas fotos podem admirar.
As fotos mostram mais os espaços laterais e detrás da Catedral. Mas é uma bênção estar em fila a olhar para tanta pedra trabalhada ao pormenor. A fé move montanhas e aparelha as pedras para o louvor de Deus. Ou não será assim?!
António Henriques
Boa noite Jovem Amigo
Obrigado por nos ter informado de forma brilhante, como é hábito, da vossa viagem a Santiago de Compostela, testemunhada pelas magnificas fotos no vídeo.
Jovem, pela coragem demonstrada ao suportar tantas horas no transporte e nas filas para visitar os locais sagrados.
Quem corre por gosto não cansa.
Muita saúde e bem estar para toda a Família.
Fernando Rosa
Ei, amigo e elegante comentador. Li a mensagem na aula de Sites e blogs da prof.ª Luisa Bernardo. Sempre a aprender…
Muito obrigado pelas suas palavras. Sabe bem que alguém dê pelo nosso trabalho.
Abraço do António Henriques