Pois o nosso tio Celito, como é conhecido por um jornal africano de língua portuguesa, é isso mesmo. Para mim, embora por vezes exagerado, ele está em todos os acontecimentos e penso que vive os problemas que afetam a humanidade com bastante emotividade.
Poderá por vezes haver um pouco de exagero? Concordo. Sempre que acontece algo, principalmente nos maus momentos, ele lá vai dar uma palavra de conforto a quem sofre e, embora não possa resolver os problemas, é uma figura presente junto das populações, levando a estas o seu apoio, assim como nos bons momentos lá está para enaltecer aquilo que se está a comemorar.
Na sua viagem a Moçambique, o nosso presidente afirmou com certo orgulho estar na sua segunda Pátria. Pelas imagens viu-se que aquele povo não o esquece. Ele viveu e também lá lecionou. Tanto ele como seus pais e irmãos eram muito queridos por aquelas gentes.
Marcelo herdou dos seus progenitores aquilo que nos mostra na vida real. É uma pessoa que não se limita só ao seu gabinete de Belém; também e o mesmo na Assembleia da República ou noutros outros órgãos oficiais e por isso é uma figura presente.
O Dr. Baltazar Rebelo de Sousa, seu pai, foi nosso governador na então chamada província de Moçambique. Tive o privilégio de o conhecer pessoalmente e posso afirmar sem qualquer ponta de dúvida que foi para mim o melhor governante que por lá apareceu.
Figura muito social que vivia os problemas de Moçambique e dos moçambicanos com muita intensidade, pois não era pessoa que se mantivesse muito tempo no seu gabinete do Palácio da Ponta Vermelha, que hoje é a residência oficial do Presidente da República daquele país. Muitas vezes se ausentava a qualquer ponto da província, para ouvir as populações e tentar resolver os problemas que os afetavam. Convivia na mesma mesa com qualquer cidadão, independentemente da sua cor ou religião e era visto a passear na baixa de Lourenço Marques ( Maputo ) com a esposa, sem qualquer proteção policial, e sempre que se dirigia a qualquer estabelecimento queria ser tratado como qualquer cidadão e esperava a sua vez para ser atendido. Por isso, aos olhos do poder central não era bem aceite. Passados dois anos do seu mandato, foi chamado a Lisboa e aqui outro posto lhe foi atribuído. Já não voltou a Moçambique que ele tanto amava, o que nos provocou a todos um sentimento de revolta e tristeza, pois ele foi realmente uma pessoa muito integra e que a todos nos marcou. Portanto, Marcelo é isto mesmo um segundo Baltazar ou não fosse este seu pai.
Vou terminar este meu trabalho, espero que seja do vosso agrado, juntando duas fotos do nosso presidente e da maneira como foi recebido em Moçambique e também uma singela homenagem ao nosso saudoso governador.
Alberto Cipriano Ferreira