Desde muito novo me habituei a ler.
Tive a sorte de ter um pai que, apesar de não ser muito letrado, desde cedo me incentivou e me ensinou a ler e escrever.
Tinha seis anos, já lia nos jornais.
Lembro-me que quando ia fazer recados à minha mãe, a uma mercearia, a dona da casa, que tinha uma filha da minha idade, me pedia para ler notícias do jornal. Depois envergonhava a filha por ela não saber ler.
Mais tarde, começou a ir à minha terra uma carrinha “Biblioteca da Gulbenkian” com muitos e bons livros. Acho que ia de quinze em quinze dias, nós levávamos os livros para casa e depois devolvíamo-los.
Graças a essa Biblioteca, li muitos bons livros.
Depois, com a tropa, o trabalho em Teatro (que era de dia e de noite) não havia tempo e a leitura foi ficando para trás.
Agora, com mais tempo livre (apesar de ainda andar no Teatro), vim para a Universidade e tenho esta aula de Português que nos é oferecida pelo nosso sábio professor António Henriques, vou recordando algumas coisas e aprendendo outras.
No final da leitura de cada livro, há sempre alguma coisa que se aprendeu.
Na minha opinião é uma sensação gratificante e que nos encoraja a ler mais.
Manuel Machado