Nesta aula, falámos da compreensão e interpretação de textos. Já tínhamos abordado a questão na aula anterior a propósito de um sumário de Sebastião da Gama, em que ele diz:
«No sumário pus assim: conversa amena com os rapazes. Sei coisas que vocês não sabem, do mesmo modo que vocês sabem coisas que eu não sei ou já esqueci. Estou aqui para ensinar — ensinar, não, falar delas…»
Ao interpretarmos este texto, a palavra rapazes significa mais do que está no texto. Pela interpretação, ficamos a saber que naquele tempo não havia aulas mistas. A turma era só de rapazes.
Em poucas palavras, COMPREENSÃO é falar do que objectivamente está no texto. INTERPRETAÇÃO é mais profundo e subjectivo: é tirar ilações, é tirar conclusões sobre o que o texto diz ou sugere.
Para praticar, o professor apresentou um pequeno video do Youtube:
https://www.youtube.com/watch?v=1UZFN-5D8gQ
Com a graça e a ironia destas imagens, registámos no quadro as seguintes palavras, respeitantes à compreensão e interpretação deste diálogo:
Hoje, dia seguinte à aula, o problema da inteligência artificial voltou aos jornais. Copiámos de “SAPO 24” o seguinte texto:
Web Summit.
Distopia em que humanos são oprimidos por robôs é garantida? Inventor de Sophia tem dúvidas.
O responsável científico da empresa que criou o robô Sophia afirmou esta quarta-feira que há “uma incerteza irredutível” sobre se a inteligência artificial chegará a oprimir os humanos que a criaram, defendendo que é preciso “estar vigilante”.
“Se ensinarmos [os sistemas que usam inteligência artificial] a serem bons e a terem compaixão, eles guardarão essas lições. É como as crianças”, afirmou Ben Goertzel ao lado da criação mais famosa da empresa onde é cientista-chefe, numa conferência de imprensa no âmbito da Web Summit, que decorre até quinta-feira em Lisboa.
Sophia respondeu a algumas perguntas colocadas durante a conferência de imprensa com respostas genéricas, sem ultrapassar um nível de complexidade básico, acabando por demonstrar o que Ben Goertzel admitiu: “Ainda não tem inteligência ao nível de um humano”.
Para o responsável pelos laboratórios da Hanson Robotics, a questão não é “se” mas “quando” isso acontecerá, e nessa altura será preciso pensar em “direitos e responsabilidades”, sobretudo se os robôs forem produzidos em massa e for criada “inteligência artificial mais inteligente que os humanos”.…..
In “SAPO 24” – 8/11/2018
AH