Ao Douro, meu querido Douro, a terra que me viu nascer!
Vinhedos circundam cada monte,
Que elevam arredondadas cristas,
Até tocarem a linha do horizonte,
Deixando extasiadas nossas vistas.
Socalcos, marcos de eras remotas,
Feitos de xisto (inspiração divina),
Suportam as íngremes encostas,
Cobertas por diáfana neblina,
Onde homens de rostos tisnados,
Recolhem o néctar dos divinizados.
Vales profundos abrem caminho
E vencem obstáculos sem par,
Para o Douro passar de mansinho,
Na longa caminhada até ao mar.
Acompanhando o curso do rio
E a roçar a superfície molhada,
Uma serpente de ferro, em desafio
Sibila, ao passar em disparada!
São Tomé