Do “Jornal de Notícias”
Existem três subclasses de adjetivos:
O adjetivo qualificativo, que exprime qualidades e características. Normalmente é colocado à direita do nome, embora possa ser colocado antes dele, correspondendo a uma alteração de sentido. A título de exemplo, temos as seguintes frases: Ele é um homem rico/Ele é um rico homem. Ora, o adjetivo “rico” assume um significado diferente, mediante a sua colocação em relação ao nome. No primeiro caso, corresponde a uma qualidade material; no segundo, a uma característica moral. O mesmo acontece, por exemplo, com as seguintes frases: Ele é um homem grande/Ele é um grande homem. Assim, o adjetivo “grande” adquire sentidos diferentes. Quando colocado depois do nome, remete para a estatura do homem; quando colocado antes, refere-se à personalidade.
O adjetivo numeral, que indica a ordem ou sucessão numa sequência. Regra geral, ocorre em posição pré-nominal: O primeiro aluno a terminar, pode apresentar o trabalho. Moro no terceiro andar.
O adjetivo relacional, que deriva de um nome. Além disso, estabelece uma relação de posse, de origem, entre outras. Ocorre em posição pós-nominal e não varia em grau. Vejamos os seguintes exemplos: Gosto muito da literatura portuguesa; a seleção nacional vai jogar brevemente.
Quanto à flexão, a maioria dos adjetivos são biformes quer em género quer em número, isto é, têm uma forma para o masculino e outra para o feminino e uma forma para o singular e outra para o plural.
Existem alguns (poucos) adjetivos invariáveis tanto em número como em género: É o caso de “simples”, “reles”, “medricas”, “piegas” (usados no registo informal).
Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis quando o segundo elemento da composição é um substantivo: vestidos verde-oliva; saias azul-ferrete; cortinas amarelo-ouro, camisolas vermelho-sangue.
* Professora de Português e formadora do acordo ortográfico