NOTA: Depois de lermos algumas páginas do livro de Leon Tolstoi, reduzindo o texto a uns poucos títulos, lancei o repto aos alunos de escreverem agora um texto-resumo dessas páginas. Publicam-se agora alguns desses textos, ora versando as mesmas ideias, ora escrevendo paráfrases pessoais muito interessantes. A. Henriques
Ivan Ilitch era um dedicado funcionário do Ministério da Justiça Russa, onde exercia o cargo de juiz empenhado em aplicar a lei de forma exemplar.
Homem ambicioso e deslumbrado pelo estilo de vida da classe social dominante, queria manter as aparências de uma vida faustosa.
O seu casamento, que foi mais por interesse que por amor, logo se revelou fastidioso. O seu relacionamento conjugal passou a ser frio e distante…
Um tanto perdulário, gastava mais do que o seu magro salário de 3.500 rublos permitia, levando-o a contrair algumas dívidas. Esperava ser promovido e passar a ganhar 5.000 rublos, para levar uma vida mais desafogada, mas viu as suas aspirações baldadas e outros colegas seus serem promovidos, talvez até menos qualificados que ele para o cargo, o que o fez sentir-se preterido, e resolveu deixar o Ministério.
Triste, revoltado, e cada vez mais endividado, resolveu voltar para o campo para casa do sogro, mas este também se recusou ajudá-lo.
Cada vez mais angustiado com a situação, decidiu ir a Petersburgo pedir ajuda a velhos amigos. Estava disposto a exercer qualquer cargo, mesmo que fosse noutro Ministério. Qual não foi a sua surpresa quando encontrou um velho amigo no mesmo comboio em que viajava e este lhe confidenciou que tinha havido grandes mudanças no Ministério da Justiça. Seria a grande oportunidade de ter a tão merecida promoção no cargo de juiz, passar a ganhar 5.000 rublos, além de outras regalias, que lhe permitiria ter uma nova casa e uma vida com mais luxo e conforto.
Quando Ivan Ilitch pensava que a sua vida finalmente estava bem encaminhada e conseguira alcançar o tão almejado objectivo, o soberano do destino impôs a sua vontade. Nos preparativos com a decoração da nova casa, escorregou de uma escada e bateu com as costas na moldura da janela. De início, o efeito da queda não pareceu ser de maior cuidado mas, posteriormente, verificou-se ser de grande gravidade.
Durante a dolorosa enfermidade e na eminência da morte, Ivan Ilitch fez uma reflexão profunda sobre a futilidade do modelo de vida burguês que então levava, quão frágil e insignificante é a vida, perante a força incontrolável da morte!
Conceição Tomé